A Sonae Arauco (antiga SIAF) integra o projeto de I&D EcoReFibre, que reúne reputados institutos de investigação, associações, produtores de painéis derivados de madeira e fabricantes de equipamento para a indústria deste setor na Europa com o objetivo de aumentar a matéria-prima disponível através da reciclagem de painéis de fibra de madeira.
O consórcio pretende, até 2026, encontrar soluções tecnológicas que permitam substituir até 25% das fibras virgens agora utilizadas para o fabrico destes produtos por fibras recicladas. Para isso, conta com o conhecimento de 20 entidades de sete países europeus, coordenadas pela Universidade Sueca de Ciências Agrícolas, e com um financiamento de 12 milhões de euros por parte da Comissão Europeia, no âmbito do programa Horizonte Europa.
Os painéis de fibra de madeira são amplamente utilizados em mobiliário, design de interiores e construção, sendo que, atualmente, não há um método comercialmente viável para a sua reciclagem no pós-consumo. A Europa é líder no fabrico deste produto, que atinge uma produção mundial de mais de 100 milhões de metros cúbicos por ano. O sucesso destes produtos no mercado, particularmente dos painéis de fibra de média densidade (MDF), leva à produção anual de significativas quantidades de resíduos.
Adelaide Alves, R&D and Product Development Director da Sonae Arauco, afirma: “A economia circular é um dos pilares do modelo de negócio da Sonae Arauco, o que inclui, desde há muito tempo, uma preocupação estratégica com a eficiente utilização da matéria-prima. Assim, é com entusiasmo e motivação que nos aliamos a este projeto. Vamos trabalhar em conjunto com os nossos parceiros para encontrar um método comercialmente viável e com base científica para reciclar os painéis de fibra que, pelas suas características e desempenho técnico, têm um grande leque de aplicação e estão presentes em múltiplos setores de atividade, desde a embalagem ao mobiliário e à construção. Esta é uma ótima oportunidade para estendermos o ciclo de vida da madeira e os seus benefícios, nomeadamente em termos de retenção de CO2.”
O EcoReFibre vai também, acrescenta a responsável, “procurar respostas para diminuir a quantidade de resíduos de madeira que continuam a ser queimados ou mesmo depositados em aterros, contrariando os princípios de uma economia circular.”
Stergios Adamopoulos, investigador da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas e coordenador do projeto, reforça a principal valência deste projeto inovador: “O EcoReFibre vai explorar um conceito em cascata para recuperar as matérias-primas dos painéis de fibras residuais, que depois ficarão disponíveis para reintegrar o processo industrial.”
As tecnologias inovadoras a desenvolver incluem processos de triagem inteligente, um reator de impacto e melhorias no processo de refinação (TMP) existente. Os diferentes produtos finais a serem testados incluem painéis de partículas, blocos de construção biocompostos e CTB (painel fino cíclico), novos MDF e HDF (painel de fibras de alta densidade) e produtos de isolamento (painel flexível, painel rígido, isolamento a granel).
Os projetos piloto preveem a recolha de dados e o desenvolvimento de casos de estudo sólidos, que permitam que o EcoReFibre seja escalável, através de um investimento das empresas na implementação das tecnologias, equipamentos e dos processos desenvolvidos.
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