REFLEXÕES MÍNIMAS SOBRE GUERRA INFORMACIONAL E CONTRA
INFORMACIONAL E AS INCÓGNITAS, VERDADES E MENTIRAS DA GUERRA
Por vício de formação militar e, pelas vivências minhas no terreno de guerras várias, Ultramar, ex Jugoslávia e Timor, antes, durante e pós conflitos, num total de quase 20 anos, e pelo envolvimento pessoal e directo em muitas das complexas tricas políticas e das componentes várias dessas guerras, dadas as funções nelas desempenhadas, em Portugal, ONU, UE, etc… fiquei blindado contra uma das componentes mais relevantes que envolve todas as guerras, e que são as engenharias de fabrico e conquista da opinião pública, através de contínuas guerras informacionais e contra informacionais, autênticas batalhas de “mentiras, meias verdades e falsidades das guerras”, de cada um dos lados contra o outro, sobre todos os aspectos da mesma e das políticas que as suportam… para se desmoralizarem e descredibilizarem mutuamente e ganharem as guerra nos média, contra as situações no terreno.
Vivemos hoje submersos, 24 horas por dia, num mundo virtual e mediático, onde as nossas realidades e verdades deixaram de ser definitivamente as do exterior que nos rodeia, as do mundo real, as que ocorrem no terreno, e passaram a ser exclusivamente as interiores a nós próprios, bebidas sôfrega e continuamente nos tele écrans, nos tablóides, nas palavras políticas das democracias virtuais e dos comentadeiros e jornaleiros televisivos, que apenas palram, feitos pegas e papagaios, as cartilhas e doutrinas do politicamente correcto, sem desvios, ou deixam de palrar, etc…
Transpondo esta nova realidade dos tempos em que habitamos, a virtual que não a real, para as guerras, da Ucrânia ou outras, o lado que tiver mais meios e maior eficácia de propaganda e contra propaganda nos “mass média”, cria na opinião pública local e mundial, de forma mais imediata, convicta e permanente, em seu favor, percepções de maiores justezas e vitórias na sua guerra, de mais sucessos e melhores capacidades e desempenhos, menos baixas e menos perdas de meios humanos e materiais, mais aliados internacionais e mais vitimizações anti humanidade, etc… e gera as piores possíveis contra os seus adversários, para lhes destruir o moral, a vontade de combater, reduzindo-lhe assim o potencial de combate, e até ganhar-lhe a guerra nos tablóides mediáticos e políticos, contra a verdade do terreno.
Ganhar hoje as guerras nos média, isto é, nas percepções por eles criadas na opinião pública global, mesmo sendo totalmente falsas, é 50% da vitória final.
Por exemplo, as verdades sérias, não manipuladas para fins de propaganda, sobre todos os conflitos e situações pós conflitos, em que estive envolvido de 1970 a 2012 e, como tal, conheço-as como as palmas das minhas mãos, nada têm a ver com as versões oficiais e politicamente correctas das mesmas; em todas elas, as verdades reais jazem soterradas sob incontáveis falsidades, nas profundezas inatingíveis e intangíveis das versões oficiais.
Obviamente, que a chamada guerra da Ucrânia, não seria nunca excepção a esta estratégia complementar de todas as guerras, sendo a sua versão pública ocidental, indiscutivelmente, uma monumental obra prima das engenharias militares e civis do fabrico e da magistral manipulação da opinião pública, a maior e cientificamente melhor urdida de todas as que me foi dado viver, sendo nela patente uma suprema sofisticação de meios e processos usados, e a utilização total e continuada das mais avançadas técnicas de influenciação, dissimulação e produção de “fake news e false flag attacks, etc…”, mentiras e factos falsos, etc… cujas consequências e fins previsíveis, são imprevisíveis, passe o paradoxo.
Esta guerra, em termos da intensa e extensa informação e contra informação mediática ocidental, que lhe perverte e perverteu todas as suas verdades e realidades politicamente inadequadas ou inconvenientes, tem sido e continua a ser uma operação de abrangência absoluta de todos os factores e factos relevantes da mesma, servida por uma multidisciplinaridade que nada deixa escapar, e que atingiu e atinge paroxismos de perfeccionismos e eficácias tais que, os próprios torcionários das verdades da mesma, até eles próprios acreditam piamente nas mentiras que sobre a guerra engendram, respiram, transpiram e inventam segundo a segundo.
Digamos que a maior arma desta guerra, aquela que que tem criado uma percepções de vitórias esmagadoras, desde o início, para o lado da Ucrânia e, simultaneamente, tem vilanizado, satanizado e vencido, irretorquivelmente, o seu inimigo, a Rússia, é de facto a sua componente de guerra mediática e virtual, que leva à execução campanhas de distorções e falsificações contínuas e sistemáticas das verdades políticas e militares do conflito, numa dimensão e densidade, sem paralelo no passado, excepto um pouco na Jugoslávia, balão de ensaio de tudo isto, mas este jogo da informação e contra informação é quase tão velho quanto as guerras só que, neste caso, está levado aos extremos de si próprio, como arma de elevada letalidade, contra à mente, o coração e a alma da opinião pública… e assim, os actuais vencedores deste conflito em curso, os quem mais e melhor a têm sabido usar e aplicar, são os EUA, EU e OTAN, representados no terreno onde se morre, pela Ucrânia.
Afinal, como é que poderemos saber a verdade a sério sobre a guerra da Ucrânia ?
Bem, não podemos, para o comum de todos nós, cidadãos do Ocidente, tal não é possível porque, por um lado, os meios de informação não ocidentais, com as versões alternativas da guerra, as do outro lado, estão e foram na sua totalidade proibidos no Ocidente, desde o início da guerra, (ex RT, Sputnik , etc.)…
… por outro lado, as verdades reais sobre os factos, situações e políticas, que conduzem esta guerra, estão “proibidas” de ser publicadas nos “média” ocidentais, que só podem “mediar” mesmo “verdades oficiais”, aquelas que até a polícia mental e automática, que existe já dentro de cada um de nós, nos diz serem as politicamente correctas.
As verdades que têm e devem ser “médiadas”, as que devem inundar e chegar à opinião pública, são as que estão trabalhadas, concebidas e pensadas, para modelarem e fabricarem, de forma sólida e consistente, essa mesma opinião dos colectivos nacionais e globais, para que esta aceite e apoie, incondicionalmente, a guerra em causa, e até exija a sua continuidade se for o caso, e que convençam e motivem essa dita opinião pública, se necessário, a morrer por e nessa guerra, sem tugir e nem mugir, mas entretanto não é o caso, só há que pagar as facturas da cuja, em ajudas humanitárias, financeiras, impostos, inflação, carências de tudo, ajudas em armamento e munições, etc…
… e, no futuro então sim, pagar a factura também em potenciais baixas das tropas da OTAN, quando e se a guerra avançar para fora da Ucrânia, isto é, para a Rússia ou União Europeia, como é previsível que ocorra, caso os EUA e OTAN não se contenham, e continuam a atacar as Forças Armadas da Rússia e os seus territórios, indirectamente, através das forças militares ucranianas, com os novos armamentos e munições de longo alcance e elevada precisão e, a breve prazo, com modernos carros de combate e aviões, fornecidos pelo Ocidente.
Resumindo, os cidadãos comuns ocidentais, tal como os do outro lado, não têm onde ir buscar e nem como saber a verdade da guerra, estão totalmente isolados da mesma, por uma cortina de ferro, construída e soldada pela massa cerrada dos média amigos, organizados num puro e duro cinturão sanitário anti vírus pandémico da verdade da mesma, que filtra e só deixa passar o que a sua central determine que se difunda, transmita, ou se saiba. ..
… e se, casualmente, por distracção, passa algum facto ou situação mais real e verdadeira e menos adequada, é no imediato apodada de coisa teórica da conspiração, acusada de guerra contra informacional do inimigo, e logo soterrada sob barragens de fogos de artilharias mediáticas, de cujas cinzas renascem, quais novas fénixes, mais não verdades dos porquês, como, quem e para quês da guerra, em todo o seu esplendor.
A palavra de ordem é, pois, manter a opinião pública alimentada apenas e só com verdades virtuais, as oficiais que não as reais, para que esta esteja suficientemente motivada e receptiva a pagar alegremente todos os referidos custos da guerra, em cumprimento dos objectivos Hegemónicos dos EUA, que passam pela destruição e desmembramento da Rússia, objectivo principal e último desta guerra e, mais tarde, possivelmente, pagar também os custos desta em baixas das tropas da OTAN e, se a coisa chegar aos meios nucleares… haverá cinzas radioactivas a pagar em vidas civis também, muitas… é isto , pois, que os deuses do Ocidente colectivo nos estão a preparar, em nome duma Nova Ordem Mundial, etc…
Esta operação, que conduziu e conduz esta guerra ocidental de contra informação, ao fabrico duma opinião pública global receptiva a esta guerra na Europa, por enquanto limitada à Ucrânia, atingiu já proporções apocalípticas, a Rússia está a descarregar diariamente cerca de 60.000 granadas de artilharia, mísseis, drones, etc… contra a Ucrânia, uma brutalidade com paralelo apenas na 2ªGM, mesmo assim, o Ocidente mobiliza-se massivamente, para fornecer ainda mais armas e munições à Ucrânia, mais potentes, com maiores alcances e mais precisas, para continuar este morticínio desalmado dos inocentes… se a Rússia chegou aqui em defesa do que entende ser a sua segurança nacional e existencial, e de facto é, não me parece que vá hesitar quando e se chegar o tempo de avançar com meios nucleares… com os mesmos objectivos.
Esta é de facto uma guerra absolutamente única… e constitui já um impressivo “case study” para a História triste da (des)Humanidade, e para as guerras que se seguirão como, por exemplo, a guerra em perspectiva dos EUA/Taiwan contra a China, e isto, quer a China queira quer não, está condenada a fazer essa guerra por mais que lhe fuja, pelo simples facto de ser grande.
Taiwan será apenas o pretexto, a ser já trabalhado todos os dias, como foi e é a Ucrânia; se não for Taiwan será o Mar do Sul da China ou outro qualquer.
Voltando à guerra dita da Ucrânia, ninguém, sejam bruxos, adivinhos ou Nostradamus, e nem mesmo as forças em confronto, poderão avançar com prognósticos sérios, com algum grau de certezas… sobre o seu fim, só se pode especular sobre potenciais opções de saída, e ou prováveis desenlaces da mesma.
No dizer dos dois lados em confronto, EUA contra a Rússia, apenas e só, porque o resto à volta é paisagem, são súbditos, ninguéns, carnes para canhão, apanhadores de bolas, ambas essas potências dizem que a guerra só acabará com a vitória duma das duas partes.
Assim sendo, há que esperar e ver aonde é que a guerra nos leva a todos; será que vai parar ou não antes das intervenções nucleares… será que sendo ambas as potências em confronto, as duas maiores potências nucleares do Mundo… uma delas se vai considerar vencida e aceitar render-se com todas as consequências, sem lançar uso dos seus meios nucleares… por amor à Humanidade e ao respectivo País? Obviamente que não. Ambas os vão usar, in extremis…
A realidade humana e a História dizem claramente que, de facto, desta situação só sairá um vencedor, nunca um empate… os EUA nunca aceitarão menos que a vitória total, por seu lado a Rússia não aceitará nenhuma derrota, ou saída da guerra que tal configure, como retirar da Ucrânia por inteiro, com armas e bagagens, em troca da paz, poderá haver um qualquer entendimento ou paz temporária, uma pausa, mas os EUA logo que oportuno voltam á carga, porque os objectivos que pretende atingir com esta guerra assim o justificam, e que são:- a manutenção da Hegemonia Mundial, a Nova Ordem Mundial sem terceiras superpotências, um Governo Único Mundial, etc.. a Rússia sabe disto e é aqui que também reside o busílis do nuclear ou não.
O potencial relativo de combate com armas convencionais da Rússia versus EUA/OTAN é menor, e essa confrontação está em curso na Ucrânia, caso de facto ocorra ser vencida, será que a Rússia vai aceitar essa derrota militar convencional, sem usar os meios nucleares?
Claro que não, porque tal derrota colocará a sobrevivência existencial do Estado da Rússia em causa, e a política de defesa nacional da Rússia nesse contexto, autoriza e determina o uso de meios nucleares e, igualmente, se for atacada com esse tipo de meios; a lei de segurança nacional prevê ainda, tal como nos EUA, o uso preventivo dos meios nucleares, caso a tal segurança nacional e existencial da Rússia o justifique.
Pode ainda haver um golpe de estado palaciano para substituírem V. Putin, mas todos os seus potenciais sucessores são bem mais radicais..
Enfim, não há bruxos nem adivinhos que nos valham e nos digam, com precisão relativa, como tudo isto vai acabar.
Assim sendo, peço a quem de direito, com autoridade sobre a Humanidade, que se apresente já, e nos salve a todos deste bando de loucos que sequestraram, enclausuraram e confinaram esta mesma Humanidade neste circo ou Coliseu mundial, por enquanto circunscrito à Ucrânia, a breve prazo quem sabe a toda a Europa, em que os EUA e a Rússia se assumiram como gladiadores, em luta de vida ou de morte, com uma ressalva, os EUA não morrem nesta arena, não arriscam nada nem ninguém nos jogos de guerra deste circo, fazem-se representar por interpostos e anencefálicos mercenários pagos a promessas de cenouras, sem consciência de que o são, os semcranianos, liderados e gladiados por um vero Spartacus, o maior do século XXI, invicto herói mundial, “Zelenskium” versus “Putinium”… pois que não vença nenhum deles, que não apenas e só o bom senso e a Paz da Humanidade, urgente e definitiva, são os meus mais pungentes e sinceros desejos, para sossego e felicidade deste permanentemente e sofrido Mundo.
A BEM DA PAZ ENTRE OS HOMENS
JOSÉ LUIZ DA COSTA E SOUSA
Superintendente Chefe da PSP
Comandante Geral da Polícia Internacional da ONU – Timor, 2000 e 2001
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